quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

O sonho não acabou

O sonho não acabou:
luxo e ostentação se constroem a custa da exploração alheia;

O sonho não acabou:
a mãe África continua à margem dos direitos humanos;

O sonho não acabou:
crianças são aliciadas e prostituídas cada vez mais cedo;

O sonho não acabou:
o trabalho escravo no Brasil transgride uma lei que
– talvez seja verdade – foi assinada a lápis;

O sonho não acabou:
religiões – em nome de deuses – motivam guerras há séculos;

O sonho não acabou:
faz-se terrorismo para combater o terrorismo;

O sonho não acabou:
políticas sociais se submetem aos interesses econômicos de minorias;

O sonho não acabou:
estamos transformando nosso planeta em um depósito de lixo;

O sonho não acabou...

Quando acordaremos desse pesadelo?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Poema Infantil 2

Universo com universo
é igual a duniverso.
verso e penso em você.
.
O poema salamê minguê.

domingo, 25 de janeiro de 2009

em trânsito

eu queria, sinceramente,
escrever um poema sobre
o novo acordo ortográfico,
mas estou sem idéia... ou ideia.

Sobre si mesmo

Seja isto apenas o começo;
e este outro já uma sequência;
o fim se aviste sem tropeço;
texto sem causa ou consequência.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

declaração à mineira

co cê, se eu tô,
co cê me posso,
no cê me roço.
Se nem... nem, sô!

se tô só, sô,
um trem esboço,
escrevo, coço...
xiii!... on co tô?!

escombros

torres são sangue, pó e lembranças;
um terror latente se ramifica
e as farpas da intolerância transitam livres pelo mundo;
a humanidade se aterroriza diante de exércitos ianques
e mísseis que – à procura do homem das cavernas –
exterminam, com precisão milimétrica,
crianças em seus berços;
lares perdem os seus valores familiar e imobiliário;
e, hoje, em Gaza, lágrimas, corpos e concreto
se confundem nos escombros da dor humana.

a-e-i-o-u ou vice-versa (o nascer do poeta)

repulsa o jogo: inclina ao verso, em parte;
estranha o jeito, e rima logro e lume;
reluta, foge – cisma – e pensa em arte,
mas trava, e fere, e risca, e corta impune.

debruça ao novo: atinge o apego de arte;
entranha o jeito: alinha fogo e lume;
empunha o mote, e singra no estro, e parte
ao sangue e ao verso, e a lira rompe impune.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

vácuo

vazio em vão

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Vingança

feito a faca, o corte seco
saca a carne, corta em toco,
ataca o talho, fica o oco,
seca, ensaca e põe no beco;

fere o beco e o verso a soco;
soca o corpo, o corpo é treco;
o naco em foco; da alma o eco...
corpo em caco, o crime é troco.

domingo, 11 de janeiro de 2009

poema monótono

... monótonos fomos...
... monótonos somos...

oh! como!... oh! como!...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Ciência exata

Eu não entendia a existência,
porque o entendimento não existia.
Mas conheci você e entendi.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Um poema legendário

Importante: cada pequeno retângulo colorido corresponde a uma palavra, conforme as indicações da legenda. Faça as substituições e terá o mesmo poema em um formato mais familiar.




sábado, 3 de janeiro de 2009

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Coexista


Melhor cruzar os braços em um abraço
que deixar-se estar de braços cruzados.
O primeiro é relação, o outro: inanição.