quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

word wide web

hipertexto
transformado em
teia
poesia em rede://

domingo, 19 de dezembro de 2010

Discutindo Relação

(Ela - chorando)
─ Você... não se preocupa... comigo... Não entende... as minhas angústias...
(Ele – alheio)
─ Vamos resolver isso logo. O jogo já está começando.
(Ela - chorando)
─ É... exatamente... isso que eu... estou falando...! Qualquer... joguinho de um timeco... qualquer... é mais... importante... que a nossa relação...
(Ele – ansioso e impaciente)
─ Você não entende futebol. Por que tem que chorar na frente da televisão?
(Ela – gritando e chorando copiosamente)
─ Olha... para... mim..., pelo... amor.... de... Deus...!
(Ele – carinhoso e paternal - levanta-se e abraça a mulher. Beija-lhe os olhos...)
─ Tudo bem. Só espere o jogo acabar.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Apenas mais um conto de Natal

     Papai Noel entrou no banco. As pessoas logo se alegraram. Seu jeito bonachão e sua alegria exalavam o espírito natalino. As filas e o calor intermináveis deixaram de incomodar os clientes. Sorrisos e manifestações de carinho contaminaram o ambiente e as crianças apontavam para o mito entusiasmadas.
     Papai Noel entrou na fila dos idosos. Logo foi atendido. O bancário atendeu-o com um sorriso. O bom velhinho sacou sua arma e sussurrando, mas enérgico, anunciou o assalto e pediu todo o dinheiro do caixa.
     O funcionário quis entender como uma brincadeira, mas o olhar natalino do Papai Noel não deixava dúvidas.
     Entregou-lhe o dinheiro, decepcionado. O velhinho agradeceu e retirou-se ileso. Na saída, acenou para as crianças enquanto cantarolava:

Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel
Não Vem
Com certeza já morreu
Ou, então, felicidade
É brinquedo que não tem.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

do instrumento e da consequência

... o pensamento segue livre...
e eu o deixo assim sem censurar minhas palavras
nem cercear meus pensamentos,
deixo-me ao correr do tempo,
ao ruflar de qualquer coisa que rufle,
ao deslizar da pena...

─ Mas quer saber?
Outros talvez assim já tenham produzido textos maravilhosos.
Este dá pena.



terça-feira, 2 de novembro de 2010

o Soma

E se alguma coisa não estiver bem, há o soma”
(Admirável Mundo Novo. A.HUXLEY, 1932).

No meio do caminho tinha um Shopping
                                          life-stopping

sábado, 23 de outubro de 2010

BUNKER

] sei do mundo, disponível e biodiverso lá fora.

Mas me fecho.
Inseguro, transformo-me em ilha e blindagem.
A vida, que desejo e me amedronta,
                                 fica aquém e além destas paredes [

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

intermitência poética

que. descontínua. a fonte. como
febre intermitente.

... árido o tempo
areia... e pó...
privação... e dor

mas~
em tempos ~ hídricos ~ do barro primeiro
à vida ~ da vida ao viço ~ poesia alagada ~
feito inundação
                                       ~ água lírica ~


quando... de novo ausência...
terra seca... feito pele humana

pele ou pedra: carne desidratada

“viver é um descuido prosseguido”
e a provisão – descontínua.

sábado, 2 de outubro de 2010


    Cires, Milena, Paulo e eu tínhamos um projeto, que nasceu na sala de aula, de reparar um erro: a ideia de que o trabalho da banda Mamonas Assassinas era apenas um conjunto de humor, irreverência e boca suja. A crítica especializada e outros, Veja só, classificaram os meninos como representantes da cultura lixosa. Este livro mostra que as letras das músicas mereciam e merecem um outro olhar: investigativo e sem preconceito. Aí está o resultado.

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Criatura (ou de Tzu a Feuerbach)

Mas é claro que estou aqui!
Estas palavras não são minhas?
Ou pelo menos não partem de mim rumo ao desconhecido?

Por que a dúvida?
Há criatura sem Criador?
Não!... Não pode haver!...

Ah! Entendi. Talvez eu não seja o Pai, mas o filho.
Talvez eu não sonhe com a borboleta, mas seja o sonho Dela.

Mas... se nasci do Texto e se me encerra o Criador...
morro com Ele?!


Se é verdade, que este seja meu último suspiro.

sábado, 24 de julho de 2010

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Microconto da metavítima:

Noite, rua deserta, medo:
É a bolsa ou a vida - vociferou o bandido.
A vítima, rindo:
Nem uma coisa nem outra. O conto termina agora.

Este texto seria uma espécie de parte II do Microconto do Bandido,  escrito pelo amigo Arth Silva.
O conto está disponível em Sonhando à Deriva, no seguinte endereço:

domingo, 11 de julho de 2010

Descaminhos

___Às vezes é difícil entender o caminho trilhado pela mente do artista. Às vezes é impossível entender os descaminhos da humanidade.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Cloaca

No pátio da escola...
Um aluno:
─ Professor, você usa droga?
Eu (o professor):
─ Sim, coca-cola.
Ele (com um olhar de Décio Pignatari):
─ A pior de todas.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Função Fática

Não fugi para uma ilha
"Ilhas perdem o homem".

Mas estou ausente:
este texto é vazio de conteúdo.

E termina dizendo nada.