1º ato
(Fausto entra em cena, é a sala da sua casa, está irritado, ao fundo toca a música Gota d'Água, de Chico Buarque)
─ Pela manhã: labor; à tarde, serviço; à noite, desilusão.
Narrador: Lei do cotidiano: serões de doutrinação.
(Nesse momento entram alguns colegas, um deles canta a música Alegria, Alegria, de Caetano Veloso e lhe oferece um microponto de LSD. Fausto aceita)
─ Pela manhã: labor; à tarde, sofrimento; à noite: dominações.
Narrador: Luta do cotidiano: sacrifícios e danações.
(fim do 1º ato)
2º ato
(Fausto entra em cena, é um escritório, está estranho, mas sorri, ao fundo toca a música Lucy in the sky with diamonds, dos Beatles)
─ Pela manhã, langor, à tarde, sensações; à noite, ─ Demais!
Narrador: Lenitivo do cotidiano: sentidos divinais.
(Apagam-se as luzes)
(fim do 2º ato)
Último ato
Narrador: Lúgubres Semanas Depois...
(Acendem-se as luzes, Fausto está deitado, ao fundo toca a música Toccata e Fuga, de Bach)
─ Pela manhã, letargia; à tarde, sustos; à noite, desatino.
Narrador: Lampejos do cotidiano: sinais do destino.
(Apagam-se a luzes, mas logo se acendem. Fausto continua deitado, agora sentindo dores abdominais e gritando muito.)
─ Pela manhã, lágrimas; à tarde, suspiros; a noite dura.
Narrador: lírios, sepulcro e desventura.
(Fecham-se as cortinas)
4 comentários:
Pan Y Vino
Desculpe o contratempo. Eu tive a idéia de escrever esse texto, mas como ainda havia algumas incorreções graves, salvei como rascunho. Parece ter ocorrido algum problema nesse procedimento e o arquivo aparecia na página, sem que pudesse ser visualizado. Terminei o texto há pouco e o publiquei. Espero críticas suas.
Abraços.
Gostei muito do diálogo poético-pedagógico ( por mais q ñ tenha sido essa tua intenção) entre os textos de Chico Buarque e Caetano Veloso e as falas do Fausto (principalmente no q se refere à noite) e do Narrador. Em relação aos Beatles e Bach eu não tenho elementos pra caracterizar o diálogo, mas sei q ele existe pq foste tu quem escreveu, e tu tens esse cuidado legal de cavar a coerência nas coisas escritas, o q de resto é uma qualidade a ser perseguida por quem escreve para a esfera do público.
Em relação a meu texto "Eu mesmo não sirvo", realmente a inspiração e a lembrança, o arcabouço poético foi Fernando Pessoa, mas ele mesmo, pois a ideia do desencontro e do desgosto de tudo está mais nele q em qualquer um dos heterônimos, ainda q estes reflitam o Nogueira em algum momento, a mim me parece que é a figura de Pessoa a própria contrariedade.
Olá Curtt,sou a sua mais nova seguidora :D
Sempre gostei mto das suas aulas de interpretação e acho bem legal as reflexões colocadas.
Espero que vc tb possa ler algumas coisas que escrevo no meu blog e me dar dicas ou até mesmo críticas.
Parabéns pelo seu trabalho.
Até mais
Ana Luiza 2ºGama
Curtt, pare de escrever não x)
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