Era uma manhã de segunda-feira, sete horas, terceira série. Eu era novato na escola, meus companheiros e eu tínhamos entre 09 e 10 anos. O professor entrou na sala, em silêncio. Era o professor regente. Entrou e sentou-se. Olhou para todos, mas não viu ninguém. Olhou cerimoniosamente para o quadro de giz, vazio. Abriu sua maleta, retirou alguns livros e os colocou sobre a mesa, como uma tradição. Observou-os com prazer. Olhou-nos novamente, mas ainda com os olhos absortos. Pôs a mão no bolso e retirou um maço de cigarros. Pegou um e acendeu-o. Assumiu um ar misterioso e superior, seus olhos sorriam por trás da delicada linha de fumaça. Foram os primeiros 20 minutos de aula.