Não! Não vou embora pra Pasárgada.
Sim, aqui eu também não sou feliz:
não posso andar de bicicleta,
porque o trânsito é um caos;
os governantes desgovernam
como déspotas esclarecidos;
as histórias que me contam
sangram nos jornais;
não posso nadar no mar
porque o mar é lama administrativa
e excrementos urbanos.
Aqui, a existência é uma desventura.
Os alcalóides são ilícitos, mas permitidos.
E sustentam o Estado paralelo.
E quando estou cansado
— cansado de não ter jeito —,
a sirene me acena
para mais uma jornada de trabalho.
Não! Não vou embora pra Pasárgada.
Não tenho o dinheiro da passagem.
2 comentários:
Os autores dos livros de literatura q são vendidos p nossos filhos deveriam dar uma passeada pelos blogs p encontrar pérolas como esse teu poema, uma bela ilustração de metalinguagem, metaliteratura e texto parodístico. Parabéns! (O mesmo comentário serve para aquele texto "outros versos íntimos", muito bom também.)
parabens pai vc sabe q eu te admiro e tambem admiro seus textos espero q o seu livro sobre os mamonas assaçinos faça muito sucesso o ano q vem
bjs...
bjs...
te amo de coraçao bjs
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