_____Planejei meu futuro, os meus quarenta anos. Diziam que a vida começava ali e eu, aos dezoito, já vislumbrava com precisão todos os detalhes desse início.
_____Teria uma família e seria professor. Já sabia que não era uma profissão tão bem remunerada quanto outras, mas prometi a mim mesmo não vender meus sonhos por um punhado de dólares. Teria uma casinha, nossos livros, boa música, diálogo e uma rede. Às vezes comeríamos arroz com feijão, à luz de velas. Nós nos reuniríamos para ouvir e contar histórias. Saberíamos ouvir uns aos outros e o segredo da nossa felicidade seria o de não existir segredo para a nossa felicidade.
_____Teria uma família e seria professor. Já sabia que não era uma profissão tão bem remunerada quanto outras, mas prometi a mim mesmo não vender meus sonhos por um punhado de dólares. Teria uma casinha, nossos livros, boa música, diálogo e uma rede. Às vezes comeríamos arroz com feijão, à luz de velas. Nós nos reuniríamos para ouvir e contar histórias. Saberíamos ouvir uns aos outros e o segredo da nossa felicidade seria o de não existir segredo para a nossa felicidade.
_____Esse seria o amanhã. O início da minha vida...
_____...
_____Hoje tenho quarenta anos. Feliz em todos os seus detalhes e exatamente como planejei, o amanhã chegou.
_____Mas tenho saudade daquele meu futuro.
_____Mas tenho saudade daquele meu futuro.
4 comentários:
Intrigante... me pôs pensativo.. me arrancou lágrimas... algumas felizes por vc... outras.. tristes por mim...
Te amo.
já dá pra começar a planejar os 80!
É coisas assim que eu quero um dia poder escrever.
Ter saudades do futuro é uma sacada poética que não virará chavão literário enquanto houver poetas como você e Renato Russo que saibam colocá-lo num texto eficiente naquilo a que se propõe.
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