Papai Noel entrou no banco. As pessoas logo se alegraram. Seu jeito bonachão e sua alegria exalavam o espírito natalino. As filas e o calor intermináveis deixaram de incomodar os clientes. Sorrisos e manifestações de carinho contaminaram o ambiente e as crianças apontavam para o mito entusiasmadas.
Papai Noel entrou na fila dos idosos. Logo foi atendido. O bancário atendeu-o com um sorriso. O bom velhinho sacou sua arma e sussurrando, mas enérgico, anunciou o assalto e pediu todo o dinheiro do caixa.
O funcionário quis entender como uma brincadeira, mas o olhar natalino do Papai Noel não deixava dúvidas.
Entregou-lhe o dinheiro, decepcionado. O velhinho agradeceu e retirou-se ileso. Na saída, acenou para as crianças enquanto cantarolava:
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel
Não Vem
Com certeza já morreu
Ou, então, felicidade
É brinquedo que não tem.
2 comentários:
O olhar natalino de Noel foi de lascar (rsrsrs)Muito bom esse conto, Curtt. Refinado esse tratamento dado ao personagem: "velhinho", "cantarolava", esses termos expressam singelezas que dificilmente seriam acopladas a uma figura que assalta um banco. E -o melhor de tudo- não soou como irônico, mas como algo possível, verdadeiro.
Fantástico!! Um dos seus melhores textos!!! Chorei de alegria e de tristeza pela cena, tudo ao mesmo tempo.
Postar um comentário