sábado, 1 de janeiro de 2011

Árido

Sob o sol estou,
por toda a vida.
Minha pele tem rachaduras
que fazem de meu corpo
uma extensão do outro
e do chão em que piso.

São sulcos profundos
e ranhuras por onde correm filetes de água
da chuva tímida do suor do meu corpo.

O mar são minhas lágrimas.

2 comentários:

Marcelino disse...

Rachaduras no chão e no pé que o pisa;água-lágrimas-suor: esta é uma composição perfeita; um belo texto para inaugurar este 2011. Parabéns, poeta.

Anônimo disse...

É intrigante a capacidade que o poeta tem de captar imagens (reais ou imaginárias) e transformá-las em poesia. Às vezes penso que sou cega!
Grande abraço. Feliz 2011!